Sentir não é falha. Sentir é o que nos torna humanos — intensos, vulneráveis, reais. Raiva, medo, ciúme, euforia... nenhuma dessas emoções precisa ser reprimida. Elas são mensageiras internas. O problema surge quando o impulso dirige o gesto sem que a consciência esteja no volante.

Na correria da vida, reagir parece mais fácil que refletir. Mas é nessa brecha entre o que sentimos e o que escolhemos fazer que mora a inteligência emocional. Quem cultiva presença consegue transformar a faísca do impulso em clareza de ação. Respira. Recua. Reescreve o desfecho com intenção.

Dominar os impulsos não é conter a emoção — é saber acolher o que se sente sem deixar que ele roube a narrativa. É entender que você não precisa se fundir à raiva, nem se perder na ansiedade. Você pode ser o espaço onde tudo isso passa... mas você fica. Inteiro.

Esse tipo de domínio nasce do treino interno: perceber gatilhos, nomear o que se sente, dar tempo para a escolha amadurecer. A mente que não é refém dos próprios surtos vira território fértil para decisões mais justas, palavras mais acertadas e relações mais saudáveis.

A força não está em se manter calado — mas em falar só quando se está inteiro. O impulso grita. A presença sussurra. E é no sussurro que mora o poder real.

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